Resenha: A vez da minha vida - Cecelia Ahern + Lembrete!

Minha opinião: Não é a primeira vez que eu li algum livro vindo da Cecelia, na verdade é o segundo que eu estou resenhando, para quem não se lembra o primeiro foi "P.s: Eu te amo" que por sinal é encantador e vocês caso não tenham visto, eu coloco o link no final do post. Digamos que ela mudou bastante no livro, a personalidade da personagem Lucy é que faz a diferença no livro em todo! Mas pera ai, o que você esta querendo dizer? Vou explicar melhor: 

Lucy é uma mulher com seus quase 30 anos de idade, no início não se deixa claro algumas coisas, mais ela se contradiz muitas vezes. É claro que essa idade é que dá medo para a maior parte das mulheres, mais embora ela não demonstre ser uma mulher vivida, ela corre de qualquer acontecido, inclusive quando o assunto é sua mãe. Ela vive em um estúdio o qual ela fez da sua casa, embora ela descreva ser um lugar pequeno, e ela deixa bem claro que suas coisas estão espalhadas por todo o lugar - Suas cortinas são suas roupas, seus sapatos estão na beirada da janela, seu carpete queimou no natal do ano passado e um gatinho problemático e que ainda por cima é hermafrodita e por ter tido dó aceitou e o chama de "Senhor Pan" que fora a ser o ignorado da família já que a sua mãe não o aceitou. - Tem uma vida melhor que essa? 

Já fazia alguns dias que Lucy vinha a receber uma carta, cuja mesma não chegou a abrir em nenhuma das vezes, em um dia após ter olhado ao chão e ter visto a carta praticamente molhada pela urina do seu gato, ela resolve abrir e ver. A assinatura estava assim “Da sua vida", quem não estranharia? Acreditava-a que era algum tipo de sinal que estava vindo, mesmo que não fosse a sua vida desejada, o que mais ela poderia tentar a não ser mudar e ver o que era? Procurou coragem para ligar, e quando o fez, não descobriu muita coisa, a não ser que a SUA VIDA se tratava de um homem. Isso mesmo, o compromisso fora a ser marcado em um dia de domingo. Já que no sábado era para ter uma reunião em família na casa dos seus pais. 

Os dias foram se passando e o tão temido dia chegou. Eu achei incrível a ironia da personagem nesse trecho e olha, não imaginava que fosse passar tanta raiva e agora acredito e vejo o real motivo dela se manter longe de todos os familiares. A sua família é bem rica por sinal, mora em um condomínio bem chique e agora imagine a cena. 

- Sua família é rica o bastante para te dar a vida dos sonhos, mas você não quer. Você ouve de longe ruídos estranhos de um carro e quando vai perceber, é Lucy. “Com seu fusca de cor marrom criando estalos por todo o tempo” - Pela descrição da cara feia de Lucy, não é nada que ela deseje, mas é a sua única solução. Logo após ser atendida pelo irmão no interfone, e chegar a estacionar o seu velho companheiro "Sebastian", Lucy vai em busca de respostas para o real motivo da sua presença naquela casa. E descobre é claro, que tudo aquilo não passa de um sonho o qual fez o favor de viver quando pequena. 

Pelas descrições a casa é enorme, e a maior parte das coisas ela foi descobrindo com o tempo. Lucy é a irmã do meio, acredito eu. Circulada por mais dois irmãos, Philip e Riley. 
Philip já tem sua família, sua vida, suas crianças e não tem problema algum nisso, Lucy não deu tanto tempo assim para descrições a não ser a sua falta de paciência e ficar escutando o próprio irmão contar o dia-a-dia com seus filhos. 
Riley é o mais engraçado e extrovertido, embora demonstre ter uma personalidade bem diferente da de Lucy, que é a ovelha negra da família ali. 

A casa esta cercada de familiares, pessoas que ela teve de conviver, conhecer e saber que a sua família realmente era um problema muito grande. Sua mãe é a pessoa mais adorável do mundo, muito tranqüila, talvez a mais certa diante de toda a situação a qual ela esta passando. Seu pai é um homem ignorante, que se esconde por de trás de papeis cheios de escritas que Lucy mesmo deixou bem claro que não entendeu absolutamente nada do que estava escrito ali - Ele é um juiz da Alta Corte - Ambos não tendem a ter uma vida perfeita como pai e filha, eles não se dão bem e posso dizer que passei raiva também devido ao jeito que ele tratou ela, de forma insignificante! E já deixava bem claro que não se importava nenhum pouco dela ter ido ali, a não ser que se incomodava com a sua presença. 

Quando estão todos a mesa, incluindo seu pai, sua avó que por sinal tem a mesma personalidade do filho. Acontece uma verdadeira saia justa. Trocas de farpas, ignorâncias, e até mesmo uma descoberta que pega Lucy de surpresa, inclusive ao fato da mãe desejar realizar uma nova cerimônia de casamento, para renovar as datas! Cada filho tem uma "missão", e Lucy acabou sendo a dama de honra. Embora engraçado, é impossível não rir da atitude vinda dela, de já imaginar que sobraria para ela aquilo, enquanto o pai simplesmente demonstra não ligar com a atitude da mulher em fazer planos para a renovação de votos. 

Logo que Lucy foge de tudo aquilo, e fica em seu apartamento, a espera do tal dia, ela faz planos, tenta imaginar como será. Quando finalmente consegue pegar no sono, no próximo capitulo ela simplesmente já aparece toda arrumada, já seguindo para o tal lugar o qual o compromisso fora a ser marcado e é pega de surpresa ao ver que tudo o que imaginou era bem diferente. O recinto é bem estranho, com várias mesas, a mulher a qual imaginou e falou ao telefone é bem esquisita, e lhe dá as instruções para chegar à sala da sua vida. Assim que finalmente encontra, se depara com um homem ignorante, cheio de ironias, sarcasmo e uma má criação impossível de não se notar e ter vontade de ser Lucy. 

 "Ele olhou para mim. - Como você acha que estou? - Ele disse rudemente. Ele foi muito rude, na verdade. Fui pega de surpresa. Não sabia o que dizer. Esta não era a maneira que as pessoas falavam uma com as outras. Onde estava o fingimento de gostarmos um do outro, de estarmos felizes por estar lá, de nos encontrarmos novamente? Olhei em volta na esperança de que ninguém estivesse ouvindo. - Não há ninguém aqui - ele disse. - Ninguém trabalha aos domingos. Eles têm vidas. Lutei contra meu instinto de agarrar e rosnar de volta. - Mas a vida de outras pessoas não trabalham neste edifício também? - Não - Ele olhou para mim como se eu fosse estúpida. " 

Além disso, seus trajes são totalmente desproporcionais ao que ela um dia imaginou, sua face esta soada, ele tem olheiras e um mau hálito que ela descreve perfeita, a ponto de afastar-se dele. Suas mãos estão soando, e embora todo o nervosismo, já imaginei o real motivo dele tratar Lucy assim. Pela primeira vez eu a vi levando numa tranqüilidade sem igual, mas preparando rapidamente suas palavras, uma maneira de retrucar alguém tão mal educado como ele é. 

"- Então, vamos começar - Disse ele, apertando o botão de energia no computador. Nada aconteceu. permanecemos em uma atmosfera tensa, terrível e incomoda enquanto ele se frustrava com o computador. Ele apertou o botão de energia uma e outra vez, testou o soquete, desconectou, conectou novamente. - Basta verificar o... - Eu não preciso da sua ajuda, obrigado! Por favor, tire as mãos do..." 

Ele demonstra perfeitamente saber quase tudo sobre a vida de Lucy, inclusive que ela mora em um estúdio, que o namorado acabou de abandoná-la, e que ela simplesmente não sabe mais o que fazer. Embora ela não reclame da sua vida, e do seu emprego que por sinal eu achei bem estranho, a "entrevista" com a sua vida estava parecendo mais uma visita ao psicólogo. E eu não vejo à hora de poder saber o final do livro para poder ver se tudo isso mudou mesmo, e se ela se transformou em alguém que a família dela tenha orgulho. 

Pela primeira vez não encontrei nada que me encaixasse com a personagem, ela tem um jeito digamos que estranho para se comunicar com as pessoas, que faz com que elas se afastem, e hora alguma vi ela dizer sobre amigos que ela tinha ou visitas surpresas em seu apartamento, não até agora. Mas eu espero me surpreender um pouco mais, mesmo que tenha começado bem fraco! Mas com certeza vai melhorar. :)